Seminário “Frutas da Mata Atlântica”: público lota auditório do Instituto Florestal

O seminário “Frutas da Mata Atlântica – O Sabor da Diversidade” foi sucesso de público! Grumixama, uvaia, juçara, feijoa, cambuci e jabuticaba foram algumas das frutas mais comentadas na última quinta-feira (08/11), no Instituto Florestal, em São Paulo, no evento realizado pela JICA (Agência de Cooperação Internacional do Japão), ABJICA (Associação dos Bolsistas JICA) e Instituto Florestal da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

O colecionador de espécies frutíferas, Helton Josué Muniz, abriu o seminário com palestra sobre “Frutas silvestres poucos conhecidas e suas potencialidades”. Muniz possui um terreno com mil espécies raras, sendo 600 nativas do Brasil, incluindo a grumixama. O colecionador falou de algumas frutas pouco conhecidas pelos brasileiros, mas que possuem substâncias muito importantes para a saúde como a catiguá e o cambuí cipó de espinho, frutas ricas em antioxidante.

O ganhador do 42º Prêmio Kiyoshi Yamamoto, líder comunitário e secretario de Desenvolvimento Rural de Sete Barras-SP, Gilberto Ohta, contou um pouco da história sobre o manejo de espécies da Mata Atlântica no bairro Guapiruvu. Ohta destacou os efeitos e a evolução sustentável causadas na comunidade local, principalmente na organização social dos moradores que, atualmente, “estão mais conscientes da sua responsabilidade sócio-ambiental”, afirmou.

Em sua palestra, o empreendedor de agronegócios, Douglas Bello, destacou que “o mercado busca por novos sabores, por sabores locais e pela saúde e vivência. A sociedade está debatendo, entre outras coisas, o código florestal, a qualidade de vida, a alimentação e como viver mais e melhor”, afirmou Bello, que também disse que tudo isso “reflete numa tendência brasileira de ‘redescobrir o Brasil’ e ter um direcionamento para o verde, com padrões de consumo em mutação”.

A pesquisadora científica do IAC – Instituto Agronômico de Campinas, Márcia Ortiz, tratou de outro assunto ligado às frutas: o “Potencial uso econômico de espécies aromáticas da Mata Atlântica”. Ela citou que os mercados de perfume, higiene e cosmético do país estão cada dia maior e sempre à procura de novos aromas e fragrâncias. Segundo a pesquisadora, “podemos aproveitar frutas como cambuci, juçara, feijoa, em todas as suas partes (popa, casca, folha e flores), para produzir óleos essenciais, fragrâncias e muito mais. Basta investimentos em pesquisas”.

O evento foi finalizado com palestra da pesquisadora científica do Instituto Florestal, Natalia Ivanauskas, que falou sobre a importância de você conhecer o quintal da sua casa, as plantas da sua região e como preservá-las. Ou seja, cada planta pertence a uma determinada região e que, se for plantada fora do seu habitat natural, pode causar danos ao solo, a outras plantas e até a si mesma. E toda a planta depende dos animais, então, “se não houver fauna, não haverá flora”, concluiu.

Também participaram do evento os palestrantes Shu Otani (Possibilidades de cultivo de feijoa); Paulo Eduardo Tavares (Agregação de valor – Potencial de frutas da Mata Atlântica); Renato Lorza (Utilização sustentável de recursos não madeiráveis da floresta); Daniela Petenon (Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável) e Clayton Lino (Uso sustentável dos recursos naturais da Mata Atlântica-Experiências da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica)

Degustação
Durante o evento, barracas de diversas comunidades, produtoras de frutas, realizaram degustação de pratos e bebidas feitos com frutas como cambuci, juçara, jabuticaba, taioba, uvaia, entre outras. Bolos, sucos, licores, geleias, bolachas foram algumas das delícias que puderam ser provadas. Houve, também, distribuição de mudas e sementes frutíferas, nativas da Mata Atlântica.

Riqueza natural brasileira
A Mata Atlântica é considerada o segundo bioma mais ameaçado de extinção do Planeta (só as florestas de Madagascar estão mais ameaçadas), possuindo índice altíssimo de biodiversidade (um dos maiores do mundo). É considerada um Patrimônio Nacional pela Constituição Federal e abrange total ou parcialmente 17 estados brasileiros e mais de 3 mil municípios.

Atualmente, as pesquisas apontam que apenas 7,84% de sua área original está preservada. É a floresta mais rica do mundo em diversidade de árvores, com muitas espécies ameaçadas de extinção e abriga 1,6 milhão de espécies de animais, incluindo os insetos. A conservação da Mata Atlântica é importantíssima para as cerca de 120 milhões de pessoas que vivem na região, ou seja, 70% da população brasileira. (* dados do Almanaque Brasil Socioambiental – ISA/2008)

Informações:
www.abjica.org.br / abjica@gmail.com
www.iflorestal.sp.gov.br / rbcv@if.sp.gov.br

Realização:
Associação dos Bolsistas JICA – ABJICA
Agência de Cooperação Internacional do Japão – JICA
Instituto Florestal da Secretaria de Estado do Meio Ambiente

Apoio:
Coordenadoria da Biodiversidade e Recursos Naturais – CBRN
Fundação Florestal – FF
Instituto Agronômico de Campinas – IAC
Instituto de Tecnologia de Alimentos – ITAL
Prefeitura Municipal de Sete Barras
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica – RBMA
Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo – RBCV